segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Fonte de renda

Diariamente, Francisco das Chagas do Nascimento, 39 anos, chega com um carrinho de feira para catar limões e laranjas no lixo do Ceasa. Os restos são fontes de renda para o desempregado. Ele revende as frutas no seu bairro (Parque Jambeiro) e por um saco de 100 limões, cobra 4 reais. “Pego do lixo e vendo porque estou doente do coração e preciso comprar remédio”, explica-se, com vergonha de estar ali lutando para conseguir frutas boas no meio do lixo.

Laranjas e limões são jogados fora diariamente pelos funcionários da Comercial Mendes, empresa que tem um galpão na Central de Abastecimento para venda de frutas e hortaliças e outro no Setor de Indústria para processamento das frutas cítricas. Segundo Martins Goulart, gerente comercial da empresa “as frutas que o consumidor não compra no dia vão para um contêiner na rua”.

Por volta das 17h, as pessoas que se alimentam ou revendem restos estão a postos para pegar as frutas. ‘‘O que vejo hoje é que as pessoas que catam do lixo têm nível social melhor do que há 20 anos. Antes, só os miseráveis comiam esses restos. Agora eu vejo pessoas mais bem vestidas, que estão ali com muita vergonha’’, conta Goulart. A grande maioria dos alimentos dispensados vão para o lixo com qualidade, porém pequenos, manchados ou murchos demais para agradar ao consumidor. (Thaize Scarelli)


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